O Google entregou ao Senado na manhã desta quarta-feira (23/04) um relatório com dados e fotos de 3.261 perfis do Orkut denunciados por suspeita de veicular material pedófilo. De acordo com O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que investiga a Pedofilia no Brasil, senador Magno Malta (PR-ES), em um levantamento preliminar das páginas, foram identificados pelo menos 200 pedófilos atuando na através da rede.
Eles agem através do site de relacionamento Orkut, mas não estão necessariamente no país. As informações serão repassadas à Polícia Federal, que auxilia a CPI nas investigações.
As informações foram repassadas pelo diretor de Comunicação do Google no Brasil, Felix Ximenes. O advogado da companhia e ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos acompanhou o cliente. Na quinta-feira, o Google mandará para a CPI os DVDs com imagens dessas 3 mil páginas.
Plenário
O presidente do Senado, Garibaldi Alves, presente na reunião, assegurou que dará prioridade à votação de projetos voltados ao combate à pedofilia tão logo as matérias cheguem ao Plenário. Garibaldi afirmou ainda que buscará junto ao presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia, apoio para que os projetos também tenham prioridade de tramitação naquela Casa.
O relator da CPI, senador Demóstenes Torres (DEM-GO), e o senador Romeu Tuma (PTB-SP) devem participar de reunião no Ministério Público em São Paulo, na tarde desta quarta-feira, quando será discutido o Termo de Ajustamento de Conduta a ser assinado pelo Google como forma de assegurar a continuidade da cooperação da empresa com as autoridades brasileiras.
CPI
Criada há um mês, a CPI se baseia nos dados da Central Nacional de Crimes Cibernéticos. De acordo com levantamento divulgado pela Central, o Orkut concentra 90% das 56 mil denúncias recebidas nos últimos dois anos sobre o uso da internet na divulgação de material pornográfico infantil no Brasil.
Na sessão de hoje, a CPI concordou em atender ao pedido do juiz de Direito da Comarca de Niquelândia, em Goiás, Rinaldo Aparecido Barros, quanto à inclusão da pedofilia no rol de crimes hediondos. Com isso, a tamanho da pena para os condenados por pedofilia passará de 4 a 10 anos para 10 a 20 anos. "É uma situação até pior do que o tráfico de drogas, porque é mercantilizado o corpo de uma pessoa que não tem meios de se defender", alegou o senador Demóstenes Torres.