Da terça-feira (22) para esta quarta-feira (23), a polícia de São Paulo ouviu seis testemunhas consideradas importantes para esclarecer a morte da menina Isabella Nardoni. A identidade de quatro delas não foi revelada.
Longe dos jornalistas que acompanham o caso Isabella no 9º Distrito Policial, no Carandiru, Zona Norte da capital paulista, em outra delegacia a polícia ouviu na terça-feira duas testemunhas mantidas em sigilo. Elas contaram que viram Antonio Nardoni, avô da menina, entrando no apartamento de Alexandre, que não estava lacrado, no dia seguinte ao crime.
Nesta quarta, os primeiros depoimentos ouvidos foram de um casal indicado pela defesa de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá. Eles moram no Edifício London, de onde a menina de cinco anos foi jogada do 6º andar na noite de 29 de março. O casal ficou na delegacia duas horas e meia, mas o que falaram, a pedido dos advogados, não foi revelado.
Na casa dos Nardoni, também na Zona Norte de SP, o avô de Isabella, saiu por volta das 12h e voltou pouco antes das 16h, hora marcada para o depoimento. Ele foi buscar a filha Cristiane, que também foi convocada. Uma multidão esperava os dois na delegacia. Policiais tentaram proteger o carro, mas não conseguiram evitar que um grupo invadisse o pátio da delegacia, gritando.
Cristiane Nardoni só conseguiu sair do veículo escoltada por seguranças. O pai dela também precisou de proteção. Eles foram à delegacia na condição de testemunhas.
A quebra do sigilo telefônico de Cristiane Nardoni mostrou que ela e o avô paterno de Isabella se falaram logo depois de a menina ter sido jogada pela janela. Naquela noite, Cristiane estava com amigos em uma choperia. Ela recebeu uma ligação, pagou a conta e foi direto para o prédio onde aconteceu o crime.
Testemunhas ouvidas durante a investigação disseram para a polícia que Cristiane chegou a dizer, em voz alta, que o irmão, Alexandre, tinha feito uma besteira. A defesa do casal alega que estas testemunhas não têm credibilidade porque sequer estavam no mesmo bar que Cristiane. Em entrevista ao Fantástico, a irmã de Alexandre negou ter feito o comentário.