GRUPO CRIMINOSO

Confronto entre moradores e criminosos deixa 14 mortos no México

Quatro pessoas também ficaram feridas por balas e outras duas estavam desaparecidas durante o ocorrido no município de Texcaltitlán

Um confronto entre moradores de um município rural do centro do México e supostos membros de um grupo criminoso que pretendiam extorqui-los deixou pelo menos 14 mortos, informaram as autoridades locais na sexta-feira (8). 

"Há relatos de 14 pessoas falecidas, das quais 11 são possíveis membros de um grupo criminoso e três são residentes da área", afirmou a Secretaria de Segurança do estado central do México, em comunicado. 

No confronto, ocorrido no município de Texcaltitlán, quatro pessoas também ficaram feridas por balas e outras duas estavam desaparecidas, acrescentou a agência.

Segundo a imprensa mexicana, os criminosos pertencem ao grupo criminoso La Familia Michoacana, que se dirigiu à localidade de Texcaltitlán para cobrar uma extorsão conhecida como "direito de piso" aos seus habitantes, que teriam se organizado para recebê-los e confrontá-los. 

Um vídeo divulgado por diversos veículos de comunicação locais mostra o momento anterior ao confronto. Cerca de cinquenta moradores locais estão reunidos em um campo esportivo e gritam com os criminosos – cerca de 10 pessoas – armados com fuzis de assalto. 

De repente, começam a ser ouvidos tiros, algumas pessoas caem e os moradores atacam os criminosos, espancando-os com socos, paus, facas e machados.

Outro vídeo divulgado nas redes sociais mostra os restos em chamas de um caminhão que alguns pistoleiros teriam utilizado para chegar ao município. Os corpos de três deles, vestidos com uniformes de comando, são vistos ao redor do veículo. Um deles está completamente queimado. 

A extorsão por parte de grupos criminosos contra agricultores e comerciantes é uma prática comum no México, mas atinge níveis preocupantes em estados como Michoacán (oeste) e Guerrero (sul). 

Assolados por ameaças e violência, os moradores dessas áreas se organizam e se armam para se defenderem, formando os chamados "grupos de autodefesa" ou "forças policiais comunitárias", fenômeno que se agravou há uma década e é rejeitado pelo governo de presidente Andrés Manuel López Obrador.

Após o confronto em Texcaltitlán, agentes da polícia estadual, da Guarda Nacional e do Ministério Público local foram ao local, informou o Ministério da Segurança (SS) no comunicado. 

"O pessoal das SS na região está prestando apoio na área, a fim de manter o controle após a emergência", acrescentou. 

No dia 20 de novembro, outras nove pessoas morreram em um tiroteio entre policiais e criminosos na cidade de Cuernavaca, capital do estado de Morelos, próximo à capital.

O México registra uma taxa de 25 homicídios por 100 mil habitantes, três vezes superior à registrada em 2006, quando o governo da época declarou guerra às drogas, com participação militar. 

Embora López Obrador tenha rejeitado esta política de beligerância aberta e esteja empenhado em abordar as causas estruturais da violência, como a pobreza e o desemprego, manteve as forças armadas mobilizadas no país e encarregadas do combate ao crime. 

Desde dezembro de 2006, quando começou a ofensiva militar, foram registrados mais de 420 mil assassinatos no país.

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