Agência France-Presse
postado em 13/06/2013 20:07
NOVA YORK - A população mundial chegará a 10,9 bilhões de pessoas em 2100 contra os 7,2 bilhões atuais, sobretudo pela alta taxa de natalidade nos países mais pobres da África, informou a ONU esta quinta-feira ao divulgar novas projeções.
Na América Latina e no Caribe, a população alcançaria algo mais que 737,26 milhões de pessoas até 2100, em comparação com os 613,21 milhões atuais, destacou à AFP François Pelletier, chefe da seção de projeções e estimativas de população da ONU.A região chegaria a 780,68 milhões de habitantes em 2050, ano a partir do qual começaria a experimentar uma queda, puxada principalmente pelo declínio da população do Brasil.
A nova estimativa da população mundial para 2100 representa uma alta de 800 milhões de pessoas em comparação com a cifra anterior, fornecida pela ONU dois anos atrás, informou esta quinta-feira o diretor da divisão de População do Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais da organização, John Wilmoth.
"As projeções sobre a população mundial foram revistas para cima. Por exemplo, para 2050 passamos de 9,3 para 9,6 bilhões. Para 2100, de 10,100 bilhões para 10,900 bilhões. A maior parte destas revisões se deve a mudanças nas nossas estimativas sobre a fertilidade atual", disse Wilmoth durante entrevista coletiva em Nova York.
O crescimento da população mundial terá seu apoio na alta taxa de natalidade nas regiões mais pobres do planeta, segundo o relatório intitulado "Perspectivas Demográficas Mundiais, revisão de 2012". A população dos países em desenvolvimento aumentará de 5,9 bilhões em 2013 para 8,2 bilhões em 2050 e a 9,6 bilhões em 2100. Só na África, passará de 1,1 bilhão atualmente para 4,2 bilhões em 2100.
Ao contrário, a população das regiões mais desenvolvidas do planeta não mudará muito, passando de 1,25 bilhão este ano para 1,28 bilhão em 2100. No caso da América Latina, as projeções regionais mostram grandes diferenças de país para país, com a Guatemala entre os que mais crescimento deviam ter e Cuba no grupo de nações que sofrerá uma forte queda.
Na Guatemala a população triplicaria, dos 15,4 milhões atuais para 46,4 milhões em 2100. Em Honduras dobraria de 8 para 15,6 milhões de habitantes.O mesmo se espera para a Bolívia (de 10,6 milhões para 19,5 milhões), Panamá (de 3,8 milhões a 6,2 milhões) e Paraguai (de 6,8 milhões para 11,8 milhões).
O México passaria dos atuais 122,3 milhões para 139,8 milhões ao final do século XXI e a Venezuela chegaria a 42,7 milhões contra os 30,4 milhões atuais. O Brasil, ao contrário, verá um declínio de sua população caso a taxa de natalidade não mude, passando dos 200 milhões de habitantes atuais para 194,5 milhões em 2100, após um pico de 231 milhões em 2050.
A queda, em termos de percentuais da população, será mais impressionante para Cuba, que passaria de 11,2 milhões em 2013 para apenas 5,45 milhões em 2100. Na Europa, a população cairia 14%, com fortes quedas em Bulgária, Croácia, Letônia, Lituânia, Romênia e Sérvia.
A Índia deveria superar a China com o país mais populoso do planeta até 2028, com 1,45 bilhão de habitantes. Em 2100 haveria 1,5 bilhão de indianos e 1,1 bilhão de chineses. Também se espera um forte crescimento na população de Nigéria, Paquistão, Tanzânia, República Democrática do Congo, Etiópia, Uganda e Níger.
Do relatório conclui-se, ainda, que a população avança rapidamente em idade: o número de pessoas com mais de 60 anos passará de 841 milhões atualmente para 2 bilhões em 2050 e 3 bilhões em 2100.