Vânia Cristino/ Especial Estado de Minas
postado em 23/01/2013 12:12
Como consequência do que classificou como uma "tempestade perfeita", ou seja, um conjunto de fatores negativos que se abateram concomitantemente sobre a economia, o desempenho do setor imobiliário no ano passado foi abaixo do que o esperado. Os recursos concedidos pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) para o financiamento imobiliário alcançaram R$ 82,8 bilhões em 2012, uma alta de 3,6 % em relação ao ano anterior, mas ainda assim abaixo da meta revisada pela Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) informou agora a pouco o presidente da entidade, Octavio de Lazari Júnior.O valor considera apenas recursos da caderneta de poupança e exclui o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Em termos de unidades financiadas a queda foi de 8%, com a quantidade de imóveis baixando de 493 mil unidades em 2011 para 453 mil unidades em 2012.A Abecip iniciou 2012 com projeção de que o financiamento para compra e construção de imóveis somaria R$ 103,9 bilhões no ano. Em julho passado, a estimativa foi reduzida para R$ 95,9 bilhões. Em dezembro, o presidente da Abecip, Octavio de Lazari Júnior, admitiu que os recursos deveriam atingir cerca de R$ 85 bilhões de reais no fechamento do ano. Para 2013, no entanto, Lazari disse que o setor já arrumou a casa e como o financiamento imobiliário continua sendo uma prioridade para os bancos, a Abecip espera um crescimento de 15% no volume de recursos a serem concedidos que, dessa forma, chegará a R$ 95,2 bilhões.
A prioridade para os financiamentos habitacionais advém do fato de que, no segmento, a inadimplência é a mais baixa do mercado, de somente 1,8%, enquanto que a taxa para o atraso superior a 90 dias chega a 12,1% no cheque especial, 6,2% no crédito pessoal e 5,6% no crédito destinado à aquisição de veículos. Além disso, a caderneta de poupança, lastro importante de recursos para o sistema, obteve no ano passado crescimento expressivo. A captação líquida quadruplicou, passando de R$ 9,4 bilhões em 2011 para R$ 37,3 bilhões no ano passado. Tudo isso leva a Abecip a crer que o crédito imobiliário será, em pouco tempo, a coqueluche do mercado. Entre os financiamentos para as pessoas físicas, ele já ocupa a segunda posição, com R$ 269,58 bilhões, atrás apenas do crédito pessoal, com estoque de R$ 280,71 bilhões.