A mobilização de policiais civis para a manutenção da paridade salarial com a Polícia Federal pode ser radicalizada. Na tarde desta terça-feira (13/9) delegados estiveram em frente ao Palácio do Buriti para cobrar a publicação das exonerações dos cargos de chefia no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF). Representantes do Sindicato dos Delegados da Polícia Civil (Sindepo) protocolaram um ofício que relata ser ;absolutamente ilegal e arbitrária a manutenção do servidor em cargo de comissão após sua manifestação de se afastar do cargo;.
O presidente em exercício da entidade representativa de classe, Rafael Sampaio, ressaltou que 191 delegados entregaram os cargos de chefia e aproximadamente mais de 1 mil policiais que ocupavam funções estratégicas. ;Interpretamos que a falta de exoneração fere o direito individual do servidor de não querer fazer parte da administração do governo, cuja relação de confiança com o Executivo local não existe. O GDF tem adotado uma postura de irresponsabilidade, quebrando promessas e não cumprindo com a palavra. Ser mantido a força é um constrangimento;, alegou.
Nesta quarta-feira (14/9) policiais civis fazem um ato em frente ao prédio da Direção Geral da Polícia Civil para cobrar o fechamento das unidades em horários que não têm delegados e escrivães. Na segunda-feira (12/9) delegados reiteraram um ofício ao diretor-geral, Eric Seba, que pleiteia a redução de horários em determinadas unidades. ;Houve uma reunião com os delegados das unidades circunscricionais com o diretor geral do Departamento de Polícia Circunscricional onde ficou acertado que essa medida seria implementada e, agora, estamos aguardando decisão do diretor-geral;, explicou Sampaio.
Em nota, a Casa Civil respondeu que os pedidos de exoneração estavam em processamento, mas, segundo o órgão, devido a "judicialização do ato por parte dos sindicatos da categoria, o governo de Brasília aguarda decisão da Justiça sobre o caso, visto que se trata de uma demissão em massa que poderá inviabilizar o funcionamento da atividade policial no DF, prejudicando assim a prestação de serviços aos cidadãos."
Na sexta-feira (16/9) está marcada uma audiência pública com o Governo do Distrito Federal (GDF) no Tribunal de Justiça do DF e Territórios (TJDFT). A expectativa é de que o Executivo local apresente nova proposta. Os policiais reivindicam a equiparação do reajuste salarial de 37% com a Polícia Federal. ;O sentimento é que não há boa vontade por parte do governo. Há pouco diálogo e eles são feitos apenas com terceiros representantes do GDF. Queremos que o GDF honre com a sua palavra;, destacou o presidente em exercício do Sinpol.
Até agora o Executivo local apresentou três propostas, todas rejeitadas: a primeira, em agosto, ofereceu aumento de 7% em outubro de 2017; 10% em 2018 e outros 10% em 2019. A segunda, apresentada em 31 de agosto, sugeriria 7% em janeiro de 2018; 8% em 2019; 8% em 2020 e mais 10% em 2021. A última, feita em 5 de setembro, propunha 7%, em outubro de 2017; 8,5% em outubro de 2018; 7,5% em 2019; 5% em 2020 e, por último, 4,5% em outubro de 2021.